terça-feira, 27 de março de 2012

Seco

Foto: http://www.flickr.com/photos/niquemarcon/







A tristeza é vaidade dócil.

Este sentinela manco
busca entre um passo e outro
um chão para se apoiar.

Deixo  entrar toda miséria
todo rio que o homem culpou
expurgando sua mágoa
que transcende o descontentamento.

O mistério que te invade
é o bem-querer da entrega
que sorri em cada poro.

Vamos!
dê esperança às pernas que antes tremiam
hoje são sorrisos  e jogos
amanhã criarão galáxias
um acervo próprio de colares e esmeraldas
com o destino à coroar.

Brinde!
cale enquanto todos falam
e festeje cada gota de silêncio.

Desvirtue a prosa
vivendo pelo avesso das situações.

A vitória como ganância
é um sopro a queimar serenidade
Obsessão ingrata
um fraco a querer discípulos
vestindo a claridade opaca da decepção.

O medo é sinal que estou no caminho certo
E a desistência
areia movediça que me assombrará.

A vida pode ser futuro ou abismo
e o que nenhuma Filosofia se atreveu a dizer.

Crônica do abismo
janela da repetição
é o Dogma cego
que ninguém se atreveu a ver.

O esquecimento
como específica digestão de todo mal
pode ser uma das causas da Liberdade
ou o fetiche como instrumento
mal estar da repetição
que azeda
apodrece
limita a imaginação no opaco
no concreto
na mais fértil das mentes.

2 comentários:

  1. Thiago, a sensação que me deu foi que são várias poesias numa só... achei as expressões lindas.

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  2. Thiago parabéns!!!! somente os inteligêntes e sensíveis conseguem dizer o indizível,mas que é compreendido por aqueles que se assemelham e se encaixam na redução do fenômeno de cada arte...................Parabéns por codificar a linguagem da sua subjetividade.
    Gedalva

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