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terça-feira, 12 de junho de 2012

D.P.C

Poesia para o dia 12/06


Foto: Dominique Marcon






Navegando pela espuma da noite

venci a resistência do vento

aportando em ilhas carameladas

e mares com polvos alegres e saltitantes

risonhos como o guaraná.



 Do céu

chuva que transborda violetas

colostro da jornada que inicia

destino fértil de sorte feita.



Catedrais tocam a ilustração do conforto do mundo

( é onde me deito)

 e refletem os vitrais

temperados de anil e fogo

divina medida de 105 constelações.



Sorriso- pérola da benção que beija cada manhã

o que toca o sino é afinação essencial

veludo da concha cristalina

céu e  porto para cisnes e canções.



Pó dourado de esforço e devoção

corpos fazem poesia

emudecendo a longa travessia das horas

sem regresso.



Em terras de ouro branco

os cachos da renovação

brincam suave

em dunas de pele revestidas de morango

joia-calda!

Espelho do lago suspenso

pintam o jardim que te atravessam

florescendo  o ano inteiro

oasis de paz remota

de janeiro a janeiro.



Da sua boca

vigora o beijo rosa

cristalino açúcar

do Confeiteiro

escorreu o beijo do Céu

aos meus braços flamejantes.



Vieram os passos angelicais

carregados pelo mês de Maio

para brindar este florescer

e eu acordo

mergulho no alimento dos pianos

 ervas e chás

pão fresco

e paçocas douradas!



Há um baú de histórias

Há o que você ler

há o que podemos ser

há o que o Amor se encantar

pois perto de ti

sou apenas aquele que acabou de acordar.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Oito

Foto: Diogo Gonçalves www.flickr.com/diogolhh 


Vejo as estrelas pelas telas do mundo
costurando atalhos em cada grão de céu
bordando realidades num tapete de inspiração
em um futuro maior
do que eu costumava ser.

     . . .

Tempo asfixiado
silêncio obtuso
e a música pára.

Sua mão me diz agora
o que o sorriso perdeu-se ao dizer.

Mãos!
guardam a chave do tesouro perdido.
As suas pintam o abraço
devastando o que ainda vive
intacto dentro de mim.

Uma parte de mim
acredita e vive por mentiras
semeia discórdia e gula
implora por desculpas.
A outra, a que preciso agora
é simples e recatada
teme a beleza
e a exatidão
alcançando um aroma envidraçado
que no rótulo diz:
“viver é a escalada épica dos seus anseios.”

E a noite aveludada
é vasta o bastante
para viver sozinho
repetindo minhas agitações.

Raso não é só prato que transborda
é o excesso  que instiga
quando dele se inquire uma posição
um verso fundo sem calar
roendo a aparência.

Vivo voando em meu tapete
que eu mesmo bordei
porque  sei aonde pode chegar.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Foto: Dominique Marcon


As pegadas da sombra anunciam a Era do Sol.

Agitos.
Atabaques e o corpo em cena
é o Princípio da Luz
a matéria-prima da alma
suporte espiritual
defumando o peito rasgado
suor- esforço do renascimento
em vapor amarelo.

Neste corolário
descubro a sentença da misericórdia:
quanto maior a penumbra
mais próximo o endereço de Deus.

Abóboda florida de anjos celestiais
desintegra o corpo-chumbo
de reinações terrenas
folião desesperado
que se esvai a cada espetáculo.

Efêmero como o aviso da flor de cerejeira
e a severidade dos letreiros eletrônicos
A porta estreita não me cabe mais.
Nuclear é a acidez da devastação
e sua filha dileta: a raiva.
E eu, artificial demais
no jejum de compaixões
em passos longos que mal cabem uma ansiedade
contrariei a lógica da minha ascensão
firmando compromisso com o magnetismo natural da inércia
devastando e destruindo em nome de tudo que aprisiona.

A interrupção da sua euforia
doentia
é a lima que consome a ferrugem
e tudo que virou excesso
decompõe-se no Mar.
na Terra
no Coração.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Foto: Fernanda Fernandes


O entender e ser silêncio.

Em  cada dor do mundo
me abrigo nas palavras.

Viajo sozinho
desbravando o deserto de aridez ártica
cantando em valsas
a paródia de cada pranto.

Este mundo
de atropelo  e compulsão
(não me pertence mais!)

Feitiço criado por você
(pela incapacidade de ser genuíno)
dobra o mundo em dois
plano reto
labirinto coeso
das agressões
seja lá de quem
sufoca a nitidez dos fatos.

No amargor das decisões
materializa-se a dor
e o desarme para revidar.
Assim brota minha nova humildade
colidindo
rasgando
minha nova consciência :
domingo de ilusões
em um calendário de esperanças.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Duas faces de um igual


Foto: Dominique Marcon


Um estojo com possibilidades
o cotidiano e algumas histórias para contar.
Cheiro de onde mora o bom dia
o tijolo que tornou-se lar.

Esta é a solução de quem supera o fracasso:
viver, tampouco pensar alto por ver cada coisa em seu lugar
sentir e não se amedrontar com a bagunça
e cada coisa fora do lugar.

Tudo é tão simples
até passar pela fábrica dos modos e costumes
(crio o que não é meu
para aceitar o que há de mim e se perdeu)
super-homem de carne e osso
esfarela ao som do despertador
suas principais motivações
sendo  heroi demais para ser  tão fraco
como a luz da vela
solitária
onde a claridade repentina
derrete-se
sem o perpetuar.

Homem que não acende ao cotidiano
exerce o controle
ao extrapolar hierarquias
renascendo e crescendo
a cada abuso
sumindo e sumindo
a cada humilhação,
em uníssono rouquidão de apelos
de cegueira em farsa
compromisso baixo do desassossego.

Esta é a mentira dos iguais:
todos voltam para casa
após mais um dia
mais um dia do mesmo dia!

O boa noite é sincero
mas a noite nem sempre é tão boa
e nem sempre boa companheira.

E a fadiga
(sempre e nem sempre ela)
deixa os homens à deriva de momentos
e do relógio
reduzindo a vida.

E entre o comer e o dormir
haverá o desejo que os dias passem mais rápidos
que as horas corram
que jorre sangue
que se mastigue o fruto espúrio
do arrependimento
e nunca me encontrem.
porque eu mesmo nunca me encontrei.

terça-feira, 27 de março de 2012

Seco

Foto: http://www.flickr.com/photos/niquemarcon/







A tristeza é vaidade dócil.

Este sentinela manco
busca entre um passo e outro
um chão para se apoiar.

Deixo  entrar toda miséria
todo rio que o homem culpou
expurgando sua mágoa
que transcende o descontentamento.

O mistério que te invade
é o bem-querer da entrega
que sorri em cada poro.

Vamos!
dê esperança às pernas que antes tremiam
hoje são sorrisos  e jogos
amanhã criarão galáxias
um acervo próprio de colares e esmeraldas
com o destino à coroar.

Brinde!
cale enquanto todos falam
e festeje cada gota de silêncio.

Desvirtue a prosa
vivendo pelo avesso das situações.

A vitória como ganância
é um sopro a queimar serenidade
Obsessão ingrata
um fraco a querer discípulos
vestindo a claridade opaca da decepção.

O medo é sinal que estou no caminho certo
E a desistência
areia movediça que me assombrará.

A vida pode ser futuro ou abismo
e o que nenhuma Filosofia se atreveu a dizer.

Crônica do abismo
janela da repetição
é o Dogma cego
que ninguém se atreveu a ver.

O esquecimento
como específica digestão de todo mal
pode ser uma das causas da Liberdade
ou o fetiche como instrumento
mal estar da repetição
que azeda
apodrece
limita a imaginação no opaco
no concreto
na mais fértil das mentes.

quarta-feira, 14 de março de 2012

O MURMÚRIO DO ASFALTO EM 4 CENAS

Foto: Fernanda Fernandes


[cena 1]
Busquei o abrigo da solidão em indagações cotidianas.
Encontrei ferido o peito de quem sofre,
( e enquanto corria)
 resignado à dor
contava os passos enquanto sorria.


[cena2]
Outro pensava alto
mas seu pensar  desligado
encontrou no mormaço
a história que não lhe cabia.

[cena3]
Continuei
soprei nuvens frágeis
como um diálogo entre a Terra e o Céu
e o perfume constante do acaso
afogou em pedaços
O mar vazio cruel.

[cena4]
Interrompeu a leitura
vidas e glórias
por um pensamento barato
que não conhecia.
Pensou no amor
pesou a saudade
e a felicidade
(bem querer em forma de açoite)
 fez-se girassol
no plano de cada noite.

Inspiração
inequívoca inspiração!
Saber ver o tempo
não é viver as horas.
E na rogativa ao alto
terreno plano que conhecia
encontrou na cama
abraço inerte de quem clama
enfim,
tudo aquilo que merecia.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Foto: Fernanda Fernandes



 Em um país dos bem amados,
uma porção de terra esquecida
se ouve uma valsa animada
folclore de gente sofrida.
Cada homem ensina seus passos
com a convicção da lição aprendida
e  o sabor da panela de barro
o artesão seu louvor glorifica.


Sob as telas  do oceano
em garrafas de tempo perdido
(eis a morada do mundo)
o corpo todo se arma escondido

E se renova...

piano de pegadas certas
farol das maravilhas
nos ombros da floresta
e o segredo que o passarinho contou.
Lembranças originais
como cada pingo de chuva
coroas de maré cheia
e o lençol que humanidade se cobre
em sonhos conjuntos.


E no meio de cada passo
lembrar não é mais estar sozinho.
É pedir ajuda ao tempo que passa
lustrando o ouro na poeira que fica
o sorriso mudo não é mais atraso
que descortina o alvo que mira
saboreando a ilusão em pedaços:
vidros opacos dão brilho à vida!

quinta-feira, 8 de março de 2012

Foto: Diogo R. Gonçalves


Da realidade enquanto tempo
do fim enquanto recomeço
da certeza como fuga.

Crio realidades para fugir do cotidiano.
Versos comprometidos com a falta de ilusão
fantasia clandestina do tempo
desgaste natural das horas...

Que não seja mais uma folha que caia
mas o mundo em desmoronamento
e que não seja qualquer tropeço piada,
já foi o tempo em que a risada
era o trunfo da solidão.

E o tempo como arte
afunda o caos mediano
devastando
roendo em partes
as brechas
as portas
o corpo todo
do monstro alado
suspiro indiferente
da saudade que inspira compaixão.

Nos trilhos
nas linhas
das ruas
apenas repetição.

No trânsito de apelos
sinceros ou não
(Quem sou eu para falar dos seus?)
me volto
viro e vejo:
café com gosto de saudade
bom dia com gosto de beijo.


Para conhecer mais do fotógrafo Diogo Gonçalves, recomendo o acesso ao http://www.flickr.com/photos/diogolhh/



segunda-feira, 5 de março de 2012












Eu nasci e o mundo fez-se mundo para mim
(sou apenas linha Deste que me criou)
há em mim um sentimento que pulsa
preenche o vazio de cada linha,
assim como faz com a vida.

Pobre de mim falar de sentimentos.
(poeta-aprendiz)
retrato as dimensões
falo do que vejo e vivo.

É preciso ter respeito ao atravessar a fronteira do sagrado...
vocês projetaram Deus com as limitações do homem
e agora sofrem com medo dele!

Minha Fé é o rebanho das possibilidades.

Entretanto,

Leio o futuro com verbos tristes:

é muito mundo
é tudo de tudo
e o nada?
Nada é desnudo
fundo
Verbo, certo, mudo

E o simples é robusto...

A simplicidade é um pastel de feira
e tudo aquilo que cala.

Não sou daqueles que faz estardalhaço com barulho que ouço
apenas cuido do que gosto.
(Se faz bem cuidar da humanidade inteira?..)

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Foto: Fernanda Fernandes
Acordar
Beijar todas as crenças.
O bom dia sem letras
de sílabas amargas.

Equilibrar o mundo com o pé direito
se sentir só por não contradizer os costumes.
E agradecer
por toda sorte deste movimento.

Pensar.
Passar pelo café, vitrines e trânsito
moças,carros, patrões, madames
vendedores, placas, andaimes
telefones,andares e roupas.
Encontrar poltronas, contas, louças
sintomas, verão, inverno e toucas.

Deslizar pela cidade e escorregar ladeiras
Entrar, girar a roleta e sair do ônibus.

Subir.

Descer.

Virar e entrar.

O dia se fez dia
antes do despertador tocar
mas o atraso de toda hora
to-da-ho-ra!
Só faz ver ponteiros.

Ponteiros e linhas
cores e formas
e não mais vida em tudo
preto ou branco!
É preciso pintar o mundo.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Madeira


Foto: Fernanda Fernandes



Viver

 e querer mais que o sol e a sombra

a água o pão e o vinho.

O antídoto da felicidade é ela mesma. 

Já a ilusão
é uma necessidade
disposta a morrer por qualquer coisa.


A companhia de quem espera,

 faz viver onde não se alcança os braços

é solidão de quem teima

e ferve a calma do mundo

com o calor de dois olhos pacatos.

É dividir a paisagem com a esperança

o sonho como passagem à realidade

de quem se convida à solidão

com medo de realizar-se sozinho.


Esta é a vida que dá sinais

mutila a estagnação para penetrar na continuidade.


Há exposição nas prateleiras

dos mais açucarados anseios

te arrastando ao veneno informe

de paliativos passageiros.

Mas há fronteiras!

nunca haverá somente espaço de discórdia sem realização

sempre que haverá vida
 haverá olhar
e sonho para quem sonha

só resta mudar.













quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Foto: Fernanda Fernandes

1000 Horas

A medida do olhar é a superação.

Dar a cada banalidade
o destino de cada dor.

Em todo segredo
 um respeito,
fluir pelas palavras
sem tocá-las.

A linguagem do mundo
ora desconexa, escura, fria
cabe um horizonte de paixões
um olhar e uma perspectiva.

Ao dobrar a esquina
passando por ti
encontra-se muito mais!



Obs:  A partir de hoje, vou postar meu primeiro trabalho realizado em parceria.

Em um trabalho denominado " Poesias fotográficas"  busquei a conexão da realidade subjetiva da artista, com a leitura e compreensão poética dos meus escritos. As fotos tiradas pela fotógrafa Fernanda Fernandes vão ilustrar as postagens deste mês.
Obrigado pela confiança Nanda!