terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
Poema sobre estrela e altar
Há uma estrela em nosso altar.
Não há o que será entregue duas vezes:
paz, comida e segredo.
Não há o que pode ser visto de longe
ou de perto
e mesmo na distância
inútil é ver o olhar de ser neutro
o mundo já existe antes de interpretá-lo.
Rastejo pela terra
em busca de algo para compreender
em busca de aventuras escondidas.
É difícil esquecer que sou homem
e minha vida tem cantos
que eu afasto
e desconheço
e apenas vejo o que conheço
na armadilha da condenação.
O poeta é invisível nas ruas
vê a multidão e seus caminhos.
O que sabem eles de si?
Eles apenas vão.
Assim a vida segue
como cada palavra não dita.
Eles não olham para si
mas continuam existindo
e alimentam o que não conhecem
com boas maneiras nas ruas.
Os carros passam
os domingos passam
o sorteio da Mega-Sena passa.
Não há horror
não felicidade
não há frio
O que há?
O que buscam eles nas caixas?
O que buscam eles nas sacolas?
É preciso criar monstros que gerem outros monstros
e apazigue o medo de olhar embaixo da cama.
O medo que se repete deve ser combatido.
No engano das ideias
busque o sensível.
O novo é a essência da reconciliação
e ter a luz acesa
não será eterna condição de claridade.
Há uma estrela em nosso altar
que ampara os que caem
e lá, aos pés de uma fada angelical
está escrito:
“ a queda é autopsia do esqueleto do espírito” .
Antes de ter piedade, rogar por milagres ou qualquer anunciação
apenas ame.
Deus é prisioneiro das palavras “.
A estrela já foi tempestade de sombras.
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