terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Poema 75



A formiga e seus sapatos novos
carrega uma porção de mundos
e jardins
e alegrias.
Vive feliz
porque todos brincam
todos trabalham
todos comem feijão, doces e alface
e o silêncio é um perfume no formigueiro.

Nenhuma formiga se sente “ sozinha no mundo”.
As formigas não têm vaidade.

Os grilos nunca leram Hegel
mas, sabem a essência das contradições.
Cantam
cantam porque sabem que “ o Sol voltará a brilhar”  
não será apenas metáfora para esperança.

Os grilos não voam.
Os grilos não têm vaidade.

A borboleta dança e colore sua angústia.
Brinca com o imprevisto
seus olhos são janelas que olham as coisas em ritmo de potência:
a vida é um bater de asas
e o medo é ver as coisas de baixo.

As borboletas são frágeis.
As borboletas não têm vaidade.

Os pássaros tem com a solidão o infinito.
Com isso, qual é a preocupação de se pensar em liberdade?

Os pássaros dominam o céu.
Os pássaros não têm vaidade.

O homem e sua vaidade:
quanta insignificância!

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