O dia que caminhava solto
ou eu que estava tão longe?
Queria
como queria
a paz do sol
que esconde o monte
deixa a rua tranquila
tela de azulejos cor- de- céu
bela decoração postiça.
Ainda. Não, não tinha.
Perto da terra
(quando desço)
vejo
o muro
muro alto
silencio duro que separa homens e pesadelos
presente de Prometeu.
Crônica da caneta preta:
esFÉrográfica
esperográfica
iluminográfica
silenciográfica
remendográfica
amanhãgráfica
ou
caneta tinteiro dos homens que brincam com a natureza de Deus.
Finda o dia.
Líricas veredas
cronologia do meu tempo de espera
e tudo que seja amar
amando, não seja destruição da natureza.
Jaz a conquista do pretérito perfeito.
Tudo que se faça necessário:
conversa ao contrário
redemoinho de gente
jato de dente
sorriso de mãe dos homens.
Penso na cama
templo da gente
não falo de sexo
sempre, sempre: ingrediente do elemento ausente.
A paz dos poetas mortos
vivos enquanto poesia
angústia da estrela muda.
Muda o verbo
que a gente muda
entende?
Lá fora
alguém fez doce
a cozinha cantou
e não era domingo.
Era dia de manhã
uma sexta-feira qualquer
açúcar, goiaba e romance.
Preciso chegar em casa à colheradas
vencer o mal da tentação dos homens:
além do fio e da calda.
Lá fora
na esquina
teve realejo
anjos falsos e cataventos
policial engenhoso
oferecendo carona na viatura
teve nuvem bordando no céu minha caricatura
teve tudo
teve mãe e filha
e eu sozinho
atravessando a avenida
vi na padaria a criança chorando
a mãe quis o pão
a criança não.
Chorava a criança
como chorava Carolina
chorava também o doce
por não ter a menina.
Lá longe
o remendo do fundo dos homens artistas
caiu em prece de oração e poesia
versos que pedi e componho:
conversa de travesseiro antes do sono
embala o sonho.
Meu tanto!
E este seu poema pode ser um diário dos meus últimos dias.
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