A folha
nasceu da Raiz
que nasceu a flor:
reino da alquimia do Amor.
A folha prosperou do verde
deu a volta em todas as cores
( para ser além do marrom e roxo)
não virou céu
renasceu absoluto como pó de guaraná
e virou gravidade para a raiz da flor.
O olhar nasceu do olho que não vê.
Já o porco
assiste à perfeição
porque a vê em camadas
visionário!
Para o porco
o homem assiste a tudo que vê.
Já o homem
sem natureza
come o porco
que é porco porque é comida
e à direita do louco
tudo vira comida
banal
como água que se bebe no bebedouro
no filtro
ou em outras invenções.
No escritório ou na sala de espera
a água,
linguagem e ritmo da vida
é expatriada do copo
voando raso com destino ao lixo
empurrada pela mão que desconhece o braço.
Banal
banal, diria o porco.
O homem sem raiz comprou a flor.
A flor é embrulhada no campo
seguindo para as grandes cidades
em caminhões sujos e pesados
com ar condicionado.
Na caixa de papelão
além do lote
algumas pessoas leem o não escrito:
(porque não comem o porco)
“uma flor comprada seca a beleza e aprisiona o jardim”.
O homem que come o porco
não ama para comprar flores.
O homem que cria o porco
com intenção delirante de transformá-lo em comida
é sujo
com voracidade
e progresso tecnológico para violentar.
Toda violência deixa marcas
e a sujeira é profunda
porque está abaixo da pele
e da assepsia do sabonete e do banho.
A transcendência não está na morte enfeitada no prato
ou na gastronomia.
Liberdade é transcender em um ato revolucionário
de pegar todas as criaturas pela mão
e em direito à vida
reconhecer todos eleitos pela Criação.
A folha em flor
a raiz
o olhar
e
o porco
continuam nascendo.
Entretanto
o homem continua procurando o jardim
na flor errada.
Existe nessa relação
uma perpétua crença:
o Amor continua acreditando nos homens.
Flores nascerão para brotar consciências em lugares vazios.
Se o Amor é tudo
e tudo é aproveitável
a ignorância espera em alegria
(plena vida)
acima da terra dos homens
porque prospera em lugares onde vida não é comida.
"a água, \ linguagem e ritmo da vida \ é expatriada do copo". O ser ama o que reconheço eu ou seu. Mas uma vez a-partida é lixo e pode ser usado. Triste visão que luto contra. Mesmo sem contato visível a vida em mim é a vida do todo, a água em mim é a água do todo desde os primórdios até o fim dos tempos.
ResponderExcluirEsse cara, Thiagão, é tudo de bão.