A morte é lei da vida
mas, a despedida não é da lei do Amor:
é preciso rasgar as cartas de amor.
Não pedi a hora da luz
quis dormir com seu sorriso.
Não quis acordar a partir da semente da certeza
que fazia mutirão em terras pouco conhecidas.
Era anel de jasmim que tinha nos dedos
florescia com o encanto da paineira
que não tem fim enquanto finda a primavera.
Relicário da manhã de eternos amantes
tingia o ar com o compromisso de rosas abertas
para fazer nascer amor em mim.
Cantigas e cirandas
chá de maça, gengibre e alegria
assim
continuava sem ter notícias
da tão falada queda dos Homens.
A ternura
misto de coisa e Coisa Nobre
esculpi com os recursos da vida
para atravessar
as Simplégades do caminho até o si-mesmo.
Sobrevivi
confesso
porque recolhi das minhas memórias
infinitos abraços para dar.
Sobrevivi
e quando a maré encheu
derramou luz no porto dos Homens
que ainda não aprenderam, sem morte
retirar da vida o próprio sustento.
De repente o horizonte
feito de casas e esplendor
alcança-me
de repente o amor me alcança
para ter razoes
(elementares)
para me sentir vivo.
Depois
deu-me forças para interrogar o que se guarda ao longe:
como são as coisas que não amamos?
Guardo a tarde como uma promessa de adolescente.
Caminho a frente desta estética torta e fria
percorrendo o extremo da lógica comum:
é preciso ser forte para reconhecer o encontro de outras solidões.
Reconheço na despedida um louvor à verdade cíclica
verdade que move os corações errantes.
Quantos mundos amarei pela vontade de permanecer vivo?
O solo não multiplica flores sem sofrimento
rasgo assim um pedaço do meu peito
o sangue da copa repousa o fruto.
Não sei onde vivo.
Quais são as verdades que a razão ambicionou ao Homem?
Desamparado
senti o beijo que apedreja e vira mordida
desamparado
estava só na tempestade de silêncios.
Para quais limites nos separam as margens
se estas cartas não tem próxima página?
Abro cada papel amarelado
te busco em cada cinza delirante
e apenas eu me recomponho.
Estás agora longe do caminho da lembrança
lembrança de histórias e silêncio
silêncio de tempo preso.
Não há mais você em nós
o que há são areias quentes escorrendo entre meus dedos
não há videiras ou carma
ou horizonte fiel dos nossos planos
há para os que ficam
a esperança que se vive.
É preciso perder
oferecer a face à essa dama aérea chamada Vida
a Vida é o puro viver sem enganos
o material da poesia.
rasgo assim um pedaço do meu peito
o sangue da copa repousa o fruto.
Não sei onde vivo.
Quais são as verdades que a razão ambicionou ao Homem?
Desamparado
senti o beijo que apedreja e vira mordida
desamparado
estava só na tempestade de silêncios.
Para quais limites nos separam as margens
se estas cartas não tem próxima página?
Abro cada papel amarelado
te busco em cada cinza delirante
e apenas eu me recomponho.
Estás agora longe do caminho da lembrança
lembrança de histórias e silêncio
silêncio de tempo preso.
Não há mais você em nós
o que há são areias quentes escorrendo entre meus dedos
não há videiras ou carma
ou horizonte fiel dos nossos planos
há para os que ficam
a esperança que se vive.
É preciso perder
oferecer a face à essa dama aérea chamada Vida
a Vida é o puro viver sem enganos
o material da poesia.
Em cada perda
ser confidente do luto e da causa
(não há castigo)
e na dimensão da perda
um novo céu
livre do peso extra
guarda as virtudes de um novo encontro
e qualquer morte
em vida
funcionaria apenas como um paliativo para a eternidade.
Fui até o outro dia da imensidão
lá
o cheiro de roda e destino
era anunciado pelo beija-flor.
No caminho
Jesuítas passaram por mim
disseram que a paixão é a categoria sinônima de um mundo real.
Não se vive santo
sem ser inaugurado de verdades
como a única verdade bendita
e aceita: Amor de encontro.
“ Vives então para ser fiel
à esta única verdade bem aceita
e a única verdade que lhe será fiel.
Sem isso
subirá montes, comprará carros, calças
e a vida não irá além de um gênero literário
e as lágrimas serão sempre orgulhosas ”
Estas foram as palavras daqueles que abençoaram o meu caminho
do alto das palavras eu disse amém.
Estava só.
Meu fascínio era também meu maior medo:
a noite guardava minha sombra.
Minhas preces de intenções espirituais
eram mentiras que eu desconhecia.
Quando rogava pelo não saber
uma revelação próxima
fez-me rogar pela ignorância:
seus beijos não cairiam mais pelo céu da mãe dos homens
seus lábios não mais sorririam por mim
em seus dedos a tatuagem evaporou
e as lembranças,
que nos reencontraram em vida
hoje desabam tristezas
tristezas puras
e ainda me rondam os lobos da noite.
A noite é a certeza que precisa o dia
por isso os cachorros não sabem
e sempre serão as melhores companhias
porque me ensinaram que até o inferno
é uma condição passageira
a vida é o tempo que não recebemos.
Venço a noite quando acordo.
Paraíso é encontrar o que já chegou
mesmo que seja um amanhã distante
mesmo que seja o calor que situa os Homens e a vida
mesmo que seja a decisão:
é preciso rasgar as cartas de amor.
Em nome do Amor
revelações escondidas virão
em nome do Amor
não me arrependerei se outras cartas virão
pela vida
eu escreverei.
A Vida vem em capítulos.
lá
o cheiro de roda e destino
era anunciado pelo beija-flor.
No caminho
Jesuítas passaram por mim
disseram que a paixão é a categoria sinônima de um mundo real.
Não se vive santo
sem ser inaugurado de verdades
como a única verdade bendita
e aceita: Amor de encontro.
“ Vives então para ser fiel
à esta única verdade bem aceita
e a única verdade que lhe será fiel.
Sem isso
subirá montes, comprará carros, calças
e a vida não irá além de um gênero literário
e as lágrimas serão sempre orgulhosas ”
Estas foram as palavras daqueles que abençoaram o meu caminho
do alto das palavras eu disse amém.
Estava só.
Meu fascínio era também meu maior medo:
a noite guardava minha sombra.
Minhas preces de intenções espirituais
eram mentiras que eu desconhecia.
Quando rogava pelo não saber
uma revelação próxima
fez-me rogar pela ignorância:
seus beijos não cairiam mais pelo céu da mãe dos homens
seus lábios não mais sorririam por mim
em seus dedos a tatuagem evaporou
e as lembranças,
que nos reencontraram em vida
hoje desabam tristezas
tristezas puras
e ainda me rondam os lobos da noite.
A noite é a certeza que precisa o dia
por isso os cachorros não sabem
e sempre serão as melhores companhias
porque me ensinaram que até o inferno
é uma condição passageira
a vida é o tempo que não recebemos.
Venço a noite quando acordo.
Paraíso é encontrar o que já chegou
mesmo que seja um amanhã distante
mesmo que seja o calor que situa os Homens e a vida
mesmo que seja a decisão:
é preciso rasgar as cartas de amor.
Em nome do Amor
revelações escondidas virão
em nome do Amor
não me arrependerei se outras cartas virão
pela vida
eu escreverei.
A Vida vem em capítulos.
amei parabéns!!!!
ResponderExcluirE quando elas são escritas aqui? Rasgamos?!
ResponderExcluirValeu a passagem do Papa pelo Brasil por esta sua inspiração. Que lindeza! Esse poema tem um ar meio Neruda, gostei demais.
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