Se
eu disser o que as páginas dizem
lambendo
cada linha
como
um turbilhão de trocadilhos
será
apenas
o
semblante que habitará os momentos
(fúteis)
(fúteis)
roupa
comum para qualquer festa
em
rodeio
indigesto da servidão.
Você
que
apadrinhou sua crença
no olho do vizinho
não
canta por si mesmo
a
realização das suas ideias
pólvora
das descobertas
palácio
do saber que se pode.
A inocência pode ser uma janela quebrada
de
onde os ventos frios te encolhem
escondem
sua timidez da vida
ou
o mosteiro de toda paz.
Fugitivo
do que a vida engana
alma
fechada em amargura
tudo
é pecado e nunca perdão.
Rodopiando
em maré dura
cuspindo
lavas direto ao peito
o
vulcão silencioso
cumpre
a métrica da devastação.
O
sal que salva queima
e
a
rosa que perfuma
(O que dizer dela? )
(O que dizer dela? )
vive
na terra escura
que
na miragem crua
se
faz pura e sólida
como
a rosa o sal e a cura.
De
uma vida sempre entre aspas
com
atenuantes
vespa
circular de pouso rasante.
Hoje
entendo:
a
convicção me fez forte
ao
caminhar pela chuva de pensamentos
e
sair
sem me molhar
este
é meu recomeço
porque
minha memória é recomeçar.
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