sábado, 16 de agosto de 2014

A substância da coragem


Hei de chamá-la 
após o cair do silêncio.
Hei de chamá-la com pressa
temos os vestígios do amor. 
Celebremos a vida
e a beleza das coisas esquecidas.

Não é sozinho que escrevo poesia. 

Não tenhas medo.
As palavras mais bonitas, Amor
estas sim
nos salvarão.

Espíritos da noite
arte de espada e ternura
não abandonem as cidades
não abandonem meu amor. 

Eu que grudei meus olhos e ouvidos ao destino
eu que cavei tua perfeição na lua
apenas peço: não tenhas medo, Amor.

Nada que vive é digno de remorso.
Seu corpo é cera derretida em meus dedos.
São 7 as canções dos teus lábios
orações que caem do céu 
e batem firme sobre a terra.
Velas que sopram um horizonte
tanto azul
quanto possível.

Do lugar que foram adoçados seus beijos
da distância que abençoa os sentidos
os pobres e os camponeses
apenas um lugar
que caiba olhares
um lugar que sustente a mão
a vencer qualquer guerra
porque não é de espingardas que falo.

Já é madrugada, Amor.
Pedistes um papel branco.
Corre em escrever uma antologia.
Somos luminosos
invencíveis sonhadores.
Corre
porque a vida não tem chão para quem sonha.

Recordarás o dia
em agradecimento
que vencestes o monstro imenso
sagrado medo.

Os poemas sem pátria
agora
têm um motivo para virem ao mundo.  

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