terça-feira, 20 de agosto de 2013

Frente




O caminho que mistura as pessoas na rua é frente.
A frente é dita pelo direito à ignorância para questionar.
Todo ritmo de luz e sombra
e os alertas das ruas também podem ser vistos como manifestações do subúrbio da mente.

Todas as esquinas são frente
os becos e vielas são frente
o chão de terra não é mais solitário
 e todos os postes da rua são lua
quando olhar que supera a realidade
é frente.

Todas as pessoas de placas nas mãos são frente.
São estrelas que saíram do céu
e aos primeiros raios da manhã
inauguraram a frente das ruas.

As marcas do sofrimento histórico
são frente
mas, não guardam mágoas.
É preciso aprender com o que a história conta.

Quem alimenta ódio e rancor são velhos latifundiários
com demarcações e espingardas em mãos
que presenteiam a humanidade com feridas
 oceanos de sangue.
Grileiros que afogam semelhantes em carne em intensa agonia
fogo cruzado queimando flechas ,doces e mandiocas
Assim ergueram mansões
de bolso saciado pelo despotismo
que impõe estátuas e descampados
justificado pela ganância errante da pecuária.
Estes foram os descobridores da miséria
senhores de chapéus e soldados
senhores de barbas, motoristas e muitas madames.
Miséria de punhal e petróleo
miséria que varreu as ruas enquanto eram terras
sem árvores
apenas jazidas de choro de terra.

Enquanto não era sóbrio
não ouvia a terra
ela chorava.

No escuro do sofá e revistas
encontramos o que escondiam
 frente são todos os lados que protagonizam uma história
mesmo que no caminho não haja lâmpada
apenas consciências a brotar.


Um comentário:

  1. Meu horror diante de tudo isso quase sempre vira silêncio. Acho lindo que o seu consiga virar poesia.

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