domingo, 12 de maio de 2013

7 Iguais


Os campos largos da noite
e seus tijolos marrons
abriram em mim um novo horizonte:
há que existir um novo céu sem os leões de Maomé de sardas apimentadas?

Logo então, descobri que as bolas de plástico
viraram o futuro da razão humana.
Os patrões mandam os homens chuparem sorvetes
de morango, azul silvestre
e tudo que a partir do sabor
virasse cor.
Tudo isso até os trabalhadores terem suas almas plastificadas
e virarem bolas
que se tornam brindes
nas mãos de palhaços com apelo popular
nos calçadões das cidades
entregues a qualquer perspectiva de pão com mortadela e guaraná.

Perguntar para a razão humana
o que fazer no mundo?

Ainda não adoeci para colocar cerca nas perguntas
e onde mais eu pudesse trocar a liberdade de viver
para consumir.

O saudável é aquele que guarda as perguntas no azeite
e considera a alegria  refogada com alho-poró.







Descobri que a minha vizinha criava besouros
(eles não me deixavam dormir a noite).

Eram besouros gordos e bem nutridos
e comiam a própria bosta.

Eram besouros vietnamitas
que dormiam ao canto de 3 sereias
mas somente os besouros vieram para o Brasil
sereias não dão lucro.

Os besouros choravam
e morriam aos poucos
porque não podiam mais dormir
(não podiam colocar o sonho em dia)
eles podiam apenas trabalhar
e no Vietnam as pessoas são felizes porque nunca ouviram a palavra trabalho.

Os besouros que continuavam vivos
descobri que trabalharam no subterrâneo do quintal da minha vizinha
viraram homens lá
trabalhavam sentados e com o ar condicionado ligado
de óculos, gravata e sapatos apertados
e continuaram a comer a própria bosta.

A minha vizinha foi presa
e continua rica
controla da prisão uma fábrica de bolas coloridas.


Um comentário:

  1. Parabéns Thiago, tu é um cara bem inspirado.
    Continue sempre assim
    Beijos JÔ

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