domingo, 21 de abril de 2013

Poema sobre a magnitude das coisas








Todas as coisas são grandes
até darmos nomes a elas.
Mas o Amor é a magnitude das coisas.


O que antes  eram expressões da humanidade perfeita de Deus
agora
são definições formais
definições de terno e gravata.

A perfeição das coisas foi violentada.


Ouvi dizer que foi aí que nasceu o poeta.

O poeta nasceu com a missão de confundir a razão
(e tudo aquilo que é hegemônico)
e dar outros alvos para o bem viver
pois assim como as crianças
quando um poeta vem à Terra
uma esperança é encontrada.


A bagunça  é um bem popular
ela é preciso para desformatar a rigidez
saltar os olhos do plano
e oferecer  humanidade para quem tem o olhar vencido.


O poeta joga palavras-cometas
que provocam abalos sísmicos e interrogações
e grita que a beleza é importante
a beleza pelo dom do desprendimento
 não a beleza do acúmulo
(nisso o poeta é investigativo:
status é uma palavra inventada por grandes corporações
que lucram com o seu desespero e escravidão
e faturam com o hipnotismo de cada espetáculo.)


É preciso lembrar:
fama é a mentira vista de frente
glória é o encanto de uma vida vista por todos os lados.
Sobre glória é preciso aprender com os gregos antigos e os brasileiros de todos os tempos
Sobre fama é preciso aprender com os americanos rasos, Big Brother e novelas brasileiras.

- E quando eu acordar
será o dia o mesmo de quando eu fui dormir? 


Depende da sua importância dada a bobagens.
A bobagem genuína incomoda quem não come doce antes das refeições
ou quem veste o uniforme do trabalho em casa porque “veste a camisa” da empresa.


E aí, surge uma nova modalidade de crime.
Crime é quando você se esconde com medo de ser contraditório
 e o convento das decisões serão sempre planos
e burocráticos
e chatos!
(As melhores decisões serão sempre dos outros até você resolver não se omitir)


Aqui surge a entonação do mistério:
andar com os pés descalços nos comandos do mundo
separar a briga dos cachorros na rua
e perdoá-los porque eles não sabem o que fazem
( mas aí de você se comer o boi, o porco, o peixe ou a galinha!)
intensificar os detalhes da arquitetura da colmeia construída no telhado
sentir a epifania do outono das abelhas
separar a espuma do sal do mar
e hidratar a imaginação de quem tem sede, inclusive a sua.
Rasgar cláusulas e contratos
( tudo que cabe na explicação é duvidoso)

porque a palavra do homem é importante
(tem que ser importante porra! )

Há uma vida nova no calor da transformação
volte para si e para os sonhos de criança
todas essas coisas migraram ( e ainda existem)
porque as coisas são perfeitas
quando elas cabem no silêncio.




 

 
  

Nenhum comentário:

Postar um comentário