Foto: Diogo Gonçalves www.flickr.com/diogolhh |
Vejo as estrelas pelas telas do mundo
costurando atalhos em cada grão de céu
bordando realidades num tapete de inspiração
em um futuro maior
do que eu costumava ser.
. . .
Tempo asfixiado
silêncio obtuso
e a música pára.
Sua mão me diz agora
o que o sorriso perdeu-se ao dizer.
Mãos!
guardam a chave do tesouro perdido.
As suas pintam o abraço
devastando o que ainda vive
intacto dentro de mim.
Uma parte de mim
acredita e vive por mentiras
semeia discórdia e gula
implora por desculpas.
A outra, a que preciso agora
é simples e recatada
teme a beleza
e a exatidão
alcançando um aroma envidraçado
que no rótulo diz:
“viver é a escalada épica dos seus anseios.”
E a noite aveludada
é vasta o bastante
para viver sozinho
repetindo minhas agitações.
Raso não é só prato que transborda
é o excesso que instiga
quando dele se inquire uma posição
um verso fundo sem calar
roendo a aparência.
Vivo voando em meu tapete
que eu mesmo bordei
porque sei aonde pode chegar.
Eu preferia o Oito na versão do rascunho, quando de mim usara o abraço até envelhecer (na posição de que deveria durar, e não o é, mas tudo bem)e não o prato raso que é a medida para dividir os excessos durante o dia.
ResponderExcluirAgora questão de semântica e estilística (que você sempre me diz que acha importante eu apontar nos seus poemas), o verbo inquirir ficou deslocado e pesado na poesia que sugere o desenrolar do infinito que soa leve. Mas ao poema, passa despercebido. No mais na poesia, tudo corre muito bem na linha do bordado ao vento que leva seu tapete!
Amo-te!
Olá Thiago,
ResponderExcluirObrigada pela visita. Sim, as fotografias são, ditas assim, minhas. Neste momento sou uma fotógrafa à lá XIX siècle! Podes visitar, a título de curiosidade, o website de fotografia www.silberboxlisboa.com
Parabéns pela poesia!