quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Pela saúde das palavras


Basta beber água

Ampliar o estado de alma das coisas.

Sozinho o olho vê
sozinho o céu chora.

Presente, futuro, memória:

Origem de todo céu
fonte de toda mão
boca, comunicação.

É no desabrochar do relevo das águas
que o amor se manifesta.

Para não se alimentar de fontes artificiais
basta beber água.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Algum

Sempre quis um mar e ondas para reciclar a vida.

O mar e a humildade das pedras
o sorriso dos caracóis:
cor por dentro
 terra nos pés
letra,história
destino.

Exuberante
 era o romance de um tempo esquecido:
da soberba, guardava a humildade
da alegria economizou o desespero
gastou o ódio e ficou com o amor.

Na atmosfera de sorrisos e ondas
o coração é um mar que nunca erra.

Posso sonhar pela noite
mas os sonhos terminam em encontros.

Eu não tenho a mínima capacidade de lutar contra o sono.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Pré-elegia



A vida é arte de reunir verdades
ao passo que a morte, seria
uma grande mentira com alarde.
Nas covas da vida reside a poesia (?).



quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Tapioca e café com Álvaro de Campos


Quem sou eu finalmente?
Se tudo o que fiz de imediato
o caminho é só resultado
dos acidentes.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Disciplinada


A criança
convicta de ser a " mudança que se quer no mundo"
dormiu.

Dormiu
e apenas sonhou.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Poema sobre estrela e altar



Há uma estrela em nosso altar.

Não há o que será entregue duas vezes:
paz, comida e segredo.
Não há o que pode ser visto de longe
ou de perto
e mesmo na distância
inútil é ver o olhar de ser neutro
o mundo  já existe antes de interpretá-lo.

Rastejo pela terra
em busca de algo para compreender
em busca de aventuras escondidas.
É difícil esquecer que sou homem
e minha vida tem cantos
que eu afasto
e desconheço
e apenas vejo o que conheço
na armadilha da condenação.

O poeta é invisível nas ruas
vê a multidão e seus caminhos.

O que sabem eles de si?
 Eles apenas vão.
Assim a vida segue
como cada palavra não dita.
Eles não olham para si
mas continuam existindo
e alimentam o que não conhecem
com boas maneiras nas ruas.

Os carros passam
os domingos passam
o sorteio da Mega-Sena passa.
Não há horror
não felicidade
não há frio
O que há?
O que buscam eles nas caixas?
O que buscam eles nas sacolas?

É preciso criar monstros que gerem outros monstros
e apazigue o medo de olhar embaixo da cama.
O medo que se repete deve ser combatido.

No engano das ideias 
busque o sensível.

O novo é a essência da reconciliação
e ter a luz acesa
não será eterna condição de claridade.

Há uma estrela em nosso altar
que ampara os que caem
e lá, aos pés  de uma fada angelical
está escrito:
“ a queda é autopsia do esqueleto do espírito” .
Antes de ter piedade, rogar por milagres ou qualquer anunciação
apenas ame.
Deus é prisioneiro das palavras “.

A estrela já foi tempestade de sombras.