quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Entre o sim e o sempre



A cadeira de Van Gogh-1888


Saber, saber
os olhos procuram aflitos saber
enfim, do que nunca se sabe.

A agricultura e o tempo
são filhas do Homem.
assim como a grandeza
a segurança.

Lavei  a liberdade em águas não calmas e seguras
segui a claridade sonora das flautas
e hoje me encontro de pé sobre o pó do passado.

Entre ruínas, fósseis e a arquitetura do indizível
sempre haverá ações inspiradas por vícios
e virtudes que nunca saem de si.
Falo até o alcance das palavras
 após isso eu vivo.

E quando vi, faço parte de tudo
menos do adeus e da mania de explicação.

Vivo além do que cabe na vida:
Sem paixões. Pela saudade
Sem honra. Pela inspiração

Sou a herança de um caminho confuso
 sempre com a certeza do caminhar
abrigo todos os anjos, mitos e o Universo
sob o altar da simpatia divina.

Vivo em Alguém para viver em mim
sou o que faço
para que valha a pena não apenas existir.

9 comentários:

  1. 'para que valha a pena não apenas existir...'

    O bom é VIVER mesmo, Viver sem mania de explicações!
    Expressa muito bem o que fala a alma!

    Um beijo Thi!!

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  2. "Vivo além do que cabe na vida:

    Sem paixões. Pela saudade"

    Por fim, é de saudade que se forma as obras de bons poetas.

    Bonito poema.

    Grande abraço.

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  3. Não creio que somente de saudade se formam boas obras, Leticia, mas que é matéria prima que compõe a dádiva do escritor e do poeta, sim! E como!
    (é o que não nos falta, por enquanto, não é Meimei?)

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  4. Do que se sabe do tempo é somente nome dado a sensação do envelhecer e a agricultura é uma cópia do que a natureza faz, adicionada à ambição de grandeza e segurança. Homens...
    “Lavei a liberdade”, “claridade sonora”, que delícia te ver trabalhar com a prosopopéia e a sinestesia visual-sonora em sua poesia, meu Amor! (que gostinho bom deixa a estilística semântica nos poemas, não é?) E nossos vícios e virtudes são como fósseis deixados nas ruínas das nossas vidas: sempre dirão sobre nós o que nenhuma palavra pode ocultar. (E como é bom conhecer o poeta atrás desse sujeito lírico! Como é bom saber e sentir que ele diz muito mais sem palavras, só pelo olhar e pelo que inspira!)
    O adeus é só um símbolo sonoro e gráfico para um gesto solidário maior que um “até logo”, é desejar que “vá bem”, que “logo estarei contigo pra disso cuidar”...(e para quem acredita na eternidade, sabe que o adeus é mera convenção simbólica!) E da mania de explicação....melhor não comentar, não conseguiria separar o crítico do pessoal (por te conhecer enxergo além e aquém das tuas palavras, e sempre refletem em nossa Vida, nosso Eu e Amor).
    Saudade e inspiração cabem muito bem na vida, sem perturbações causadas pelas impressões vivas e passageiras das paixões, e sem os deveres da honra. Só sentidas e fluídas.
    A certeza do caminhar se faz completa pelas companhias, pela alegria de dividir as crenças, a Fé, as existências, o ser e o Amor!

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  5. Olá amigo...seu poema nos faz refletir...reflexões nos levam a outros caminhos, estradas nos proporcionam novos lugares, novas idías...parabéns...

    Um abraço na alma...boa semana

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  6. Tão belas imagens e poesia!! Continuo por aqui para ver-te mais e mais. Bjs e boa semana!

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  7. Gosto do falar até onde alcançam as palavras e do viver após isso e do sentir além disso!

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  8. Gostei da poesia, da maneira que foi escrita e dos pensamentos expressos nela...

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